segunda-feira, 7 de junho de 2010

Argumentos de Stuart Mill "a favor" da Eutanásia & interesses e deveres envolvidos.

Se se praticar eutanásia para receber uma herança, acabar com um fardo, por não querer ver o doente sofrer (talvez por gostar dele), ou por a própria pessoa não querer sofrer ao ver o doente naquele estado, a eutanásia não deixaria de ser moral porque acaba com o sofrimento do doente e eventualmente do familiar (isto nas duas últimas situações), trazendo felicidade para ambos e eventualmente para mais pessoas, o que acaba por dar felicidade a muitas pessoas.

Se for pelas duas primeiras razões, mesmo que sejam bastante interesseiras, “mais imorais” e incorrectas, a acção também não deixa de ser moral, pois traz “felicidade” tanto para o doente como para o que lhe retira a vida. Mesmo assim, a acção seria mais moral e poderia trazer mais felicidade se não fosse por interesse, mas sim por dever.


(Mas, segundo Kant, traria outra felicidade: Não propriamente a do bem-estar e de termos feito o que queríamos e nos satisfazia, mas sim a felicidade de sermos honestos, termos cumprido o dever e a consciência “limpa”, e portanto, termos contribuído para um aperfeiçoamento humano).


Os deveres ou os interesses tanto podem ser do médico como de um familiar, em todos os tipos de eutanásia, no entanto, o cumprimento do dever não costuma ser compatível com a “felicidade” de que Stuart Mill fala, pois para o doente e o que lhe retira a vida serem felizes, o doente morria, e isso ia contra o dever da preservação da vida.